Eu recebia R$ 650 do Bolsa Família, mas agora recebo R$ 355, o que aconteceu? Tem como RECUPERAR a parcela antiga?

Em algumas ocasiões específicas, os beneficiários do Bolsa Família podem se deparar com cortes no valor do pagamento mensal.

O Bolsa Família é um programa indispensável para milhões de famílias brasileiras, especialmente no caso de pessoas que vivem em situação vulnerável.

Contudo, muitos beneficiários têm notado uma redução no valor recebido mensalmente, geralmente metade da parcela anterior recebida.

Embora pareça assustador, não se trata de um penalidade, de golpes ou qualquer outro tipo de problema: você só está dentro de uma nova regra.

Você é beneficiário do Bolsa Família e percebeu que está recebendo metade do valor? Entenda.
Você é beneficiário do Bolsa Família e percebeu que está recebendo metade do valor? Entenda. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / pronatecnologia.com.br

Por que o valor do meu Bolsa Família caiu pela metade?

No geral, a redução do valor do Bolsa Família pode ocorrer devido a alterações na renda familiar que afetam a elegibilidade e, consequentemente, o quanto se pode receber.

Se o valor que sua família recebe diminuiu, uma das causas mais prováveis é que a renda per capita do seu grupo familiar tenha ultrapassado o limite de R$ 218,00 por pessoa, um dos critérios principais para determinar quanto cada família deve receber.

Quando a renda familiar per capita aumenta e fica entre R$ 218,00 e R$ 660,00, a família ainda tem direito ao Bolsa Família, mas com um valor reduzido em 50%.

Essa redução, conhecida como Regra de Proteção, garante que, ao melhorarem sua situação econômica, as famílias não sejam imediatamente excluídas do programa, porque isso poderia afetá-las financeiramente de forma negativa.

Embora essa redução possa ser vista como uma perda, é importante entender que ela representa uma transição gradual e que o benefício não é cortado imediatamente.

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Como funciona a regra de proteção?

A Regra de Proteção do Bolsa Família foi desenvolvida com o objetivo de continuar ajudando as famílias que estão conseguindo melhorar sua renda, mas que ainda precisam de algum suporte financeiro do governo.

Ou seja, em vez de cortar o benefício de forma abrupta, como ocorria anteriormente, essa regra permite que as famílias continuem a receber parte do valor durante um período de adaptação.

Por exemplo, imagine que uma família composta por três membros, incluindo Marcos, esteja recebendo R$ 600,00 por mês do Bolsa Família.

Se Marcos conseguir um novo emprego que aumente a renda familiar total para R$ 2.100,00 mensais, a renda per capita dessa família será de R$ 700,00, o que ultrapassa o limite de R$ 218,00 estabelecido pelo programa.

Nesse caso, a família de Marcos será automaticamente enquadrada na Regra de Proteção, continuando a receber 50% do valor original do benefício, ou seja, R$ 300,00 por mês.

Essa redução é temporária e dura até dois anos, dando à família tempo suficiente para se ajustar à nova realidade financeira. Se, depois desse período, a renda familiar continuar acima do limite, o benefício será cortado completamente.

Em contrapartida, se dentro dos 36 meses seguintes a família voltar a enfrentar dificuldades financeiras e sua renda per capita cair abaixo do limite, ela terá prioridade para retornar ao programa, sem passar por todo o processo de inscrição novamente.

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Como faço para voltar a receber o valor inteiro do Bolsa Família?

Para voltar a receber o valor integral do Bolsa Família, é necessário que a renda per capita da sua família volte a ser inferior ao limite de R$ 218,00 por pessoa.

Isso significa que qualquer aumento na renda, seja por meio de emprego, pensões ou outras fontes de rendimento, deve ser revisto e, se houver uma redução nessa renda, sua família pode se qualificar novamente para receber o valor total do benefício.

Nesse caso, sempre mantenha o cadastro atualizado no sistema do programa, informando qualquer mudança na situação financeira ou na composição do grupo familiar.

Outra possibilidade para retornar ao valor integral é caso a sua família enfrente uma queda na renda dentro dos 36 meses após o corte do benefício.

Se isso ocorrer, a prioridade para retornar ao Bolsa Família está garantida, desde que a situação seja comprovada por meio dos documentos exigidos e do cadastro atualizado.

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