CRISE! Carros elétricos não serão mais vendidos no Brasil? 1% da frota circulando

Saiba se venda de carros elétricos pode entrar em crise e por que brasileiros ainda estão optando por veículos mais “tradicionais”

A introdução dos carros elétricos no mercado brasileiro gerou grandes expectativas, tanto por parte das montadoras quanto dos consumidores. A promessa de um futuro mais sustentável e menos dependente de combustíveis fósseis parecia estar se consolidando.

Contudo, a realidade do mercado automobilístico atual mostra uma trajetória diferente, marcada por desafios inesperados. Com uma presença ainda tímida nas ruas e uma série de fatores que complicam sua adoção em massa, os carros elétricos enfrentam uma certa crise.

A falta de demanda e a rápida desvalorização são apenas alguns dos obstáculos que o setor está enfrentando no Brasil.

CRISE! Carros elétricos não serão mais vendidos no Brasil? 1% da frota circulando
Venda de carros elétricos entra em crise no Brasil e perde feio para veículos tradicionais! Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / pronatecnologia.com.br

Baixa presença dos carros elétricos nas locadoras

Um dos setores mais impactados pela crise dos carros elétricos no Brasil é o de locação de veículos, que historicamente responde por metade das vendas de automóveis.

Apesar de sua importância para o mercado automobilístico, as locadoras têm demonstrado pouca disposição em investir em carros elétricos. Atualmente, as locadoras possuem apenas 4,3 mil veículos elétricos e 6,8 mil híbridos em suas frotas, o que representa menos de 1% do total.

A maior locadora do país, a Localiza, encerrou o ano de 2023 com apenas 2,7 mil veículos elétricos e híbridos em uma frota total de 631 mil carros.

A dificuldade de comercialização desses modelos, especialmente os comprados há cerca de três anos, é um reflexo direto da rápida depreciação enfrentada.

Esses carros foram revendidos a preços muito abaixo do esperado, com desvalorização entre 40% e 45%. A principal razão para esse fenômeno foi a chegada de marcas chinesas ao mercado brasileiro, que trouxeram modelos mais acessíveis e com tecnologias mais avançadas.

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Efeito da desvalorização desses veículos é notável

A desvalorização dos carros elétricos tem sido um dos principais fatores que inibem sua expansão no Brasil. As locadoras que investiram na aquisição de veículos elétricos há alguns anos estão enfrentando prejuízos enormes ao tentar revender esses modelos.

A Movida, uma das primeiras empresas a apostar nos elétricos, adquiriu em 2021 cerca de 600 veículos, incluindo modelos como Nissan Leaf, Renault Zoe, Fiat 500e e BMW i3.

No entanto, menos de dois anos após a compra, muitos desses veículos ficaram encalhados nos pátios devido à baixa demanda e foram vendidos com desvalorização de até 40%.

Além disso, as empresas estão repensando suas estratégias de aquisição de veículos elétricos. O grupo Movida, por exemplo, suspendeu a compra de um lote de 250 carros BYD Tan que estava previsto para 2022.

Fora do Brasil, o cenário também é preocupante. A locadora Hertz, nos Estados Unidos, cancelou a compra de 100 mil veículos Tesla, alegando a rápida desvalorização dos carros elétricos seminovos.

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Crescimento nas vendas ainda longe do cenário ideal

Apesar das dificuldades enfrentadas pelas locadoras e da desvalorização dos carros elétricos, as vendas desses modelos continuam crescendo.

Segundo Enilson Sales, presidente da Fenauto, as vendas de veículos eletrificados aumentaram 90% entre janeiro e julho de 2024, totalizando 33 mil unidades vendidas. No entanto, esse crescimento é impulsionado, em grande parte, por veículos com até três anos de uso, que representam 83% do total.

Enquanto isso, os veículos a combustão continuam a dominar o mercado de usados, com um aumento de 9% nas vendas em comparação a 2023. O desafio, portanto, é equilibrar a demanda por veículos elétricos e híbridos com o apelo ainda forte dos modelos a combustão.