Pública que não é pública? Saiba se universidades federais passarão a COBRAR mensalidade dos alunos

Confira pronunciamento de universidades federais a respeito de cobrança de mensalidade para alunos de suas instituições

As universidades federais no Brasil são tradicionalmente gratuitas, assegurando o acesso ao ensino superior sem custos diretos para os estudantes.

Contudo, nos últimos anos, discussões sobre o financiamento desse modelo educacional ganhou força, especialmente diante de limitações orçamentárias.

Recentemente, um projeto de lei proposto pelo deputado estadual Léo Siqueira trouxe à tona a possibilidade de cobrança de mensalidades em instituições públicas de ensino superior. O objetivo é garantir recursos suficientes para investimentos no setor e uma melhor remuneração dos professores.

Pública que não é pública? Saiba se universidades federais passarão a COBRAR mensalidade dos alunos
Cobrança de mensalidade em universidades públicas pode se tornar realidade! Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / pronatecnologia.com.br

Sistema de Investimento Gradual Acadêmico

O projeto de lei, denominado Programa Siga (Sistema de Investimento Gradual Acadêmico), sugere a implementação de um modelo de financiamento educacional nas universidades públicas estaduais de São Paulo.

De acordo com o texto, os alunos dessas instituições passariam a pagar mensalidades, mas com uma diferença única. Afinal, o valor seria ajustado de acordo com a renda futura do estudante.

Isso significa que o pagamento das mensalidades aconteceria ao longo da vida profissional do egresso, o que permitiria um financiamento mais acessível e justo, já que as parcelas estariam condicionadas à sua capacidade financeira futura.

Esse modelo, conhecido como Empréstimos com Amortizações Contingentes à Renda, é inspirado em sistemas utilizados por 20 países desenvolvidos, segundo o parlamentar.

A justificativa é que esse método de pagamento progressivo garantiria maior eficiência financeira tanto para as universidades quanto para os estudantes, permitindo que aqueles com maior renda contribuam de forma mais significativa após o término de seus estudos.

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Argumentos a favor da proposta em universidades

Os defensores do projeto argumentam que ele resolveria dois problemas críticos enfrentados pelas universidades públicas no estado de São Paulo.

O primeiro é a baixa inclusão dos mais pobres. Isso porque, segundo dados apresentados pelo deputado, mais de 50% dos estudantes em universidades públicas não são de baixa renda.

A implementação de um modelo de pagamento com base na renda futura poderia, então, equilibrar o acesso ao ensino superior.

O segundo problema apontado é a alta dependência dessas instituições das receitas estaduais, em especial do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Em 2022, quase 90% das receitas da USP vieram desse imposto. Enquanto isso, a maior parte dos recursos foi para o pagamento de salários. A proposta do Programa Siga traria uma fonte adicional de financiamento para as universidades, aliviando, em parte, a dependência dos repasses governamentais.

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Críticas e desafios à implementação

Apesar das promessas, a proposta enfrenta críticas consideráveis. Especialistas apontam que a cobrança de mensalidades pode ferir o princípio da gratuidade do ensino superior público, previsto na Constituição Federal.

Para muitos, o acesso universal e gratuito à educação pública é um direito que não deve ser relativizado. Além disso, há preocupações de que o modelo proposto possa aumentar o endividamento de jovens que recém se formaram.